Telenovelas

domingo, 12 de febrero de 2017

1966 Chuva na areia telenovela portuguesa 1985


Chuva na Areia é uma telenovela portuguesa exibida pela RTP entre 7 de janeiro e 3 de maio de 1985. Foi apresentada pela RTP como um Tele Romance para se demarcar das anteriores. Teve 85 episódios e era baseada num romance inédito de Luís de Sttau Monteiro (Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão).Foi substituída no horário nobre da RTP 1 pela novela A Sucessora, novela de 1978 da Rede Globo, em exibição na RTP2. Um dos poucos casos em que uma novela do 2º canal tenha passado para o 1º. Marcou a estreia da atriz Natália Luiza que era a protagonista e o regresso de (Virgílio Teixeira) à ficção portuguesa.
Sinopse
As aventuras são passadas numa vila piscatória dos anos 1960, Vila Nova da Galé, construída em Tróia com a arte e engenho do arquitecto Conde Reis. A Vila Nova da Galé é invadida por turistas prontos a gozar as suas belezas naturais. Esses turistas são os alemães Adolf Schmidt (António Rama) e Hans Neuber (Carlos Wallenstein), e com a ajuda de Vilela (Henrique Viana) e do banqueiro Vítor Costa (Baptista Fernandes), querem modernizar a cidade com construções de hotéis e piscinas. A população sente-se agitada pelas alterações aos hábitos que essa afluência implica. Há quem defenda o progresso, entendendo-o no sentido da modernização da localidade, como o merceeiro Evaristo Gomes (António Montez), o Presidente da Câmara (José Gomes), o Antunes ( Carlos César), ou o Esteves (Armando Cortez), esposo de Amélia (Mariana Vilar), cuja esposa tem uma bronca, quando este ganha o segundo prémio da lotaria e mete-se com uma espanhola, que era afinal portuguesa. Outros defendem a tradição local, lutando por valores antigos autênticos, como o dono da Pensão Âncora, o Augusto Nunes (José Viana), marido de Augusta Nunes (Manuela Maria) e pai da GUIDA (Natália Luiza), uma das mais salientes personagens, ou o chefe do negócio das pescas, o que se afirma dono de toda a razão, o Sr. Mimoso (Rogério Paulo), marido de Judite (Laura Soveral). Mas quem defende essa teoria mais afincadamente é o homem mais querido da cidade, o Engenheiro António Fontes (Virgílio Teixeira), esposo de Helena Fontes (Mariana Rey Monteiro). Há outros que se preocupam com a modernização da cidade, mas estão contra ela porque isso pode implicar a destruição de casas de pescadores como o Malaquias (Luís Pinhão), avô de Ana do Mar (Filipa Cabaço), que nutre uma grande paixão pelo CANIÇO (Nuno Melo), homem pobre que deixou as pescas para se meter em contrabando de mercadorias, juntamente com Maganão (Manuel Cavaco), Vítor Manuel, mais conhecido por Zé Peralta (Mário Sargedas) e Toino Martelô (Melim Teixeira), incluindo o dono da tasca, que é o ponto de encontro dos mafiosos, o Leopoldo (Rui Luís). Para manter a ordem estão presentes os homens da Guarda, mas que são da terra e dedicam-se a ela, o Tenente Pedro Ferreira (Rui Mendes), esposo de Odete (Alina Vaz) que é a chique da vila, e o Agente Lima (António Évora). Toda a história se centra no CANIÇO, pela sua fama de ladrão de praias, e na GUIDA, principalmente, pois esta quer AGARRAR O VERÃO, e só consegue isso em Setembro com a chegada da CHUVA NA AREIA.

Elenco
Adelaide João – Beata Maria
Alina Vaz – Odete
Amadeu Caronho – Empregado do café
Américo Pereira – Secretário do Presidente da Câmara
António Évora – Sargento da GNR
António Lopes Ribeiro – Padre Correia
António Montez – Gomes
António Rama – Herr Schmidt
António Salgueiro – Velho pescador
Armando Cortez – Esteves
Baptista Fernandes – Costa
Brito Macedo – Velho pescador
Carlos César – Antunes
Carlos Daniel – Herculano de Carvalho
Carlos Wallenstein – Herr Neuber
Curado Ribeiro – Político
Eduardo Viana – Rodrigues (dono do café)
Elizabete Camacho – Americana
Filipa Cabaço – Ana
Glicínia Quartim – Joaquina
Henrique Santos – Alberto
Henrique Viana – Vilela
Inácio Pontes – Camponês
Isabel Nunes da Silva – Inês Fontes
João Santos Paiva – Velho pescador
Jorge Campos – Jean
José de Carvalho – Mirone
José Fonseca e Costa – Tão Vidigueira
José Gomes – Presidente da Câmara
José Viana – Nunes
Laura Soveral – Judite Mimoso
Luís Pinhão – Malaquias
Luísa Barbosa – Xica
Luísa Roubaud – Gabriela
Lurdes Lima – Manicura
Manuel Cavaco – Manganão
Manuela Carona – Espanhola
Manuela Maria – Augusta
Margarida Rosa Rodrigues – Mariazinha Vidigueira
Maria Cristina – Avó de Ana
Maria Dulce – Americana (mais velha)
Maria Salomé – Isabel Modista
Mariana Rey Monteiro – Helena Fontes
Mariana Vilar – Amélia Esteves
Mário Sargedas – Peralta
Melim Teixeira – Toino Matelot
Mexia Alves – Secretário do Ministro
Natália Luiza – Guida
Nuno Melo – Caniço
Óscar Acúrcio – Graxa
Rogério Paulo – Mimoso
Rui Luís – Leopoldo
Rui Mendes – Tenente Ferreira
Rui Pedro – Silva
Stella Rato – Camponesa
Virgílio Teixeira – António Fontes
E ainda:
Armando Venâncio
Asdrúbal Teles
Calado Pereira
Carlos Curto
Couto Viana
Cunha Marques
Gil António
João Sarabando
José Algarve
José Maria Forjaz
Júlio Cleto
Luís Zagalo
Manuel Castro
Maria Clementina
Maria Simões
Rolando Alves





Exibição:
07/01/1985 – 03/05/1985 (RTP 1)
Número de capítulos:
84
Tele-romance de:
Luís de Sttau Monteiro
Adaptação do romance Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão
Direção musical:
José Luís Tinoco
Diretor de orquestra:
Pedro Osório
Cenografia:
Conde Reis
Produtor principal:
Paulo Morais
Realização:
Nuno Teixeira

Ao contrário das duas novelas anteriores, Vila Faia e OrigensChuva na Areia foi integralmente produzida pela RTP, não havendo recurso a uma produtora externa.

As gravações ocorreram em Tróia. Para o efeito, foi construída uma cidade cenográfica pelo arquiteto Conde Reis. Os interiores foram montados num pavilhão cedido pela Armada Portuguesa.
Chuva na Areia foi a primeira telenovela portuguesa de época. Passada nos anos 60, são várias as referências à ditadura, a Salazar e à PIDE. O filho de Mimoso (Rogério Paulo), por exemplo, é perseguido e preso pela polícia política. Por seu turno, o prior de Vila Nova de Galé encontra alguma resistência dentro da Igreja Católica devido às posições que toma ao seguir a sua consciência. Por ironia do destino, esta personagem foi interpretada por António Lopes Ribeiro, que é considerado o “Cineasta do Regime”, pelo facto da sua obra cinematográfica, numa determinada época, ter sido dedicada aos atos oficiais do Estado Novo. Destacam-se nesse período Manifestação Nacional a Salazar e Portugal de Luto na Morte de Salazar.


No hay comentarios:

Publicar un comentario