A vida estava muito dura para os amigos Carlos Alberto e Dino, que tinham um bom plano na cabeça para salvar a companhia de teatro, mas precisavam de muito dinheiro. Aí, deu camelo no jogo do bicho e a sorte mudou totalmente. É quando Carlos Alberto incorpora o Sheik de Ipanema e começa a badalação na caçada internacional aos petrodólares. Ele topa se passar por sheik mas, com o passar do tempo e as possibilidades de dinheiro fácil, os bons sentimentos dele já não são mais os mesmos. Isso revolta Dino. O deslumbrado sheik também não conservará seu amor por Gigi, uma bondosa vedete de teatro rebolado.
A história apresenta outros tipos curiosos. Rocão, um bicheiro com tendência ao gangsterismo, sentimental e meio patético nas atitudes. Dodô, um aristrocata arruinado cuja mulher, a pantera Leonor, o usa como pode para que se infiltrarem nas altas rodas. Bobby, um ex-galã de cinema que está querendo construir um super-hotel rotativo na restinga de Marambaia. E outros.
Lançada com o slogan "uma novela das Arábias", a intenção da Tupi era prosseguir com o sucesso de O Machão, novela que a precedeu. Para isso utilizou as formas e a produziu com quase a mesma equipe. Mas o resultado não foi satisfatório, e sua vida foi encurtada.
O ator Luiz Gustavo, que interpretou o protagonista da novela, continuava a lembrar o Beto Rockfeller, e nada acrescentou.
Destaque para a atuação de Laerte Morrone, que interpretou o bicheiro Rocão, salvando a novela de um desastre total.
Chuva na Areia é uma telenovelaportuguesa exibida pela RTP entre 7 de janeiro e 3 de maio de 1985. Foi apresentada pela RTP como um Tele Romance para se demarcar das anteriores. Teve 85 episódios e era baseada num romance inédito de Luís de Sttau Monteiro (Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão).Foi substituída no horário nobre da RTP 1 pela novela A Sucessora, novela de 1978 da Rede Globo, em exibição na RTP2. Um dos poucos casos em que uma novela do 2º canal tenha passado para o 1º. Marcou a estreia da atriz Natália Luiza que era a protagonista e o regresso de (Virgílio Teixeira) à ficção portuguesa. Sinopse As aventuras são passadas numa vila piscatória dos anos 1960, Vila Nova da Galé, construída em Tróia com a arte e engenho do arquitecto Conde Reis. A Vila Nova da Galé é invadida por turistas prontos a gozar as suas belezas naturais. Esses turistas são os alemães Adolf Schmidt (António Rama) e Hans Neuber (Carlos Wallenstein), e com a ajuda de Vilela (Henrique Viana) e do banqueiro Vítor Costa (Baptista Fernandes), querem modernizar a cidade com construções de hotéis e piscinas. A população sente-se agitada pelas alterações aos hábitos que essa afluência implica. Há quem defenda o progresso, entendendo-o no sentido da modernização da localidade, como o merceeiro Evaristo Gomes (António Montez), o Presidente da Câmara (José Gomes), o Antunes ( Carlos César), ou o Esteves (Armando Cortez), esposo de Amélia (Mariana Vilar), cuja esposa tem uma bronca, quando este ganha o segundo prémio da lotaria e mete-se com uma espanhola, que era afinal portuguesa. Outros defendem a tradição local, lutando por valores antigos autênticos, como o dono da Pensão Âncora, o Augusto Nunes (José Viana), marido de Augusta Nunes (Manuela Maria) e pai da GUIDA (Natália Luiza), uma das mais salientes personagens, ou o chefe do negócio das pescas, o que se afirma dono de toda a razão, o Sr. Mimoso (Rogério Paulo), marido de Judite (Laura Soveral). Mas quem defende essa teoria mais afincadamente é o homem mais querido da cidade, o Engenheiro António Fontes (Virgílio Teixeira), esposo de Helena Fontes (Mariana Rey Monteiro). Há outros que se preocupam com a modernização da cidade, mas estão contra ela porque isso pode implicar a destruição de casas de pescadores como o Malaquias (Luís Pinhão), avô de Ana do Mar (Filipa Cabaço), que nutre uma grande paixão pelo CANIÇO (Nuno Melo), homem pobre que deixou as pescas para se meter em contrabando de mercadorias, juntamente com Maganão (Manuel Cavaco), Vítor Manuel, mais conhecido por Zé Peralta (Mário Sargedas) e Toino Martelô (Melim Teixeira), incluindo o dono da tasca, que é o ponto de encontro dos mafiosos, o Leopoldo (Rui Luís). Para manter a ordem estão presentes os homens da Guarda, mas que são da terra e dedicam-se a ela, o Tenente Pedro Ferreira (Rui Mendes), esposo de Odete (Alina Vaz) que é a chique da vila, e o Agente Lima (António Évora). Toda a história se centra no CANIÇO, pela sua fama de ladrão de praias, e na GUIDA, principalmente, pois esta quer AGARRAR O VERÃO, e só consegue isso em Setembro com a chegada da CHUVA NA AREIA. Elenco Adelaide João – Beata Maria Alina Vaz – Odete Amadeu Caronho – Empregado do café Américo Pereira – Secretário do Presidente da Câmara António Évora – Sargento da GNR António Lopes Ribeiro – Padre Correia António Montez – Gomes António Rama – Herr Schmidt António Salgueiro – Velho pescador Armando Cortez – Esteves Baptista Fernandes – Costa Brito Macedo – Velho pescador Carlos César – Antunes Carlos Daniel – Herculano de Carvalho Carlos Wallenstein – Herr Neuber Curado Ribeiro – Político Eduardo Viana – Rodrigues (dono do café) Elizabete Camacho – Americana Filipa Cabaço – Ana Glicínia Quartim – Joaquina Henrique Santos – Alberto Henrique Viana – Vilela Inácio Pontes – Camponês Isabel Nunes da Silva – Inês Fontes João Santos Paiva – Velho pescador Jorge Campos – Jean José de Carvalho – Mirone José Fonseca e Costa – Tão Vidigueira José Gomes – Presidente da Câmara José Viana – Nunes Laura Soveral – Judite Mimoso Luís Pinhão – Malaquias Luísa Barbosa – Xica Luísa Roubaud – Gabriela Lurdes Lima – Manicura Manuel Cavaco – Manganão Manuela Carona – Espanhola Manuela Maria – Augusta Margarida Rosa Rodrigues – Mariazinha Vidigueira Maria Cristina – Avó de Ana Maria Dulce – Americana (mais velha) Maria Salomé – Isabel Modista Mariana Rey Monteiro – Helena Fontes Mariana Vilar – Amélia Esteves Mário Sargedas – Peralta Melim Teixeira – Toino Matelot Mexia Alves – Secretário do Ministro Natália Luiza – Guida Nuno Melo – Caniço Óscar Acúrcio – Graxa Rogério Paulo – Mimoso Rui Luís – Leopoldo Rui Mendes – Tenente Ferreira Rui Pedro – Silva Stella Rato – Camponesa Virgílio Teixeira – António Fontes
E ainda: Armando Venâncio Asdrúbal Teles Calado Pereira Carlos Curto Couto Viana Cunha Marques Gil António João Sarabando José Algarve José Maria Forjaz Júlio Cleto Luís Zagalo Manuel Castro Maria Clementina Maria Simões Rolando Alves
Exibição: 07/01/1985 – 03/05/1985 (RTP 1)
Número de capítulos: 84
Tele-romance de: Luís de Sttau Monteiro
Adaptação do romance Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão
Direção musical: José Luís Tinoco
Diretor de orquestra: Pedro Osório
Cenografia: Conde Reis
Produtor principal: Paulo Morais
Realização: Nuno Teixeira
Ao contrário das duas novelas anteriores, Vila Faia e Origens, Chuva na Areia foi integralmente produzida pela RTP, não havendo recurso a uma produtora externa.
As gravações ocorreram em Tróia. Para o efeito, foi construída uma cidade cenográfica pelo arquiteto Conde Reis. Os interiores foram montados num pavilhão cedido pela Armada Portuguesa.
Chuva na Areia foi a primeira telenovela portuguesa de época. Passada nos anos 60, são várias as referências à ditadura, a Salazar e à PIDE. O filho de Mimoso (Rogério Paulo), por exemplo, é perseguido e preso pela polícia política. Por seu turno, o prior de Vila Nova de Galé encontra alguma resistência dentro da Igreja Católica devido às posições que toma ao seguir a sua consciência. Por ironia do destino, esta personagem foi interpretada por António Lopes Ribeiro, que é considerado o “Cineasta do Regime”, pelo facto da sua obra cinematográfica, numa determinada época, ter sido dedicada aos atos oficiais do Estado Novo. Destacam-se nesse período Manifestação Nacional a Salazar e Portugal de Luto na Morte de Salazar.